CATEDRAL
Neste silencio absoluto
Apenas o branco das rendas
E a luz das velas no altar.
Cada passo ao longe
Ecoa nestas paredes
Onde o mármore
Escovado e alvo
Transcreve a história universal
Em quadros estáticos
Espalhados onde a consciência
Sempre alcança.
Um soar de sinos
Tangenciados, melancólicos
Choram suas melodias
Na seqüência lenta dos minutos
Que se adiantam
Como as contas de um rosário.
Não há dor,
Somente um bem estar
Soprado em cada Ave Maria e
Embalado no partir de cada hóstia
Embebida no sangue
Das uvas
Tintas desta vermelhidão
Que se derrama
Nos vitrais
Abençoando a hora sexta,
NOA!