Luciah Lopez

Sob o céu, apenas o teu olhar...

Textos

UMA CARTA - VIII


Tenho vontade de falar com você sobre as coisas que eu penso. Dos sonhos que eu tenho, das fantasias, das ansiedades, dos medos, das alegrias. A vontade de correr na chuva, de tomar banho de rio, de comer manga verde som sal e ouvir The Sound Of Silence deitada numa rede.

São apenas vontades e você sabe disso. Isso tudo porque eu ainda não me acostumei com a sua ausência nos meus dias. Ainda guardo os meus tesouros [suas palavras escritas] debaixo do meu travesseiro e ainda beijo aquele rosto de papel que sorri, mas, não para mim.

Eu queria entender o mecanismo da vida. Saber como e quando se dá o “amadurecimento”. Quando exatamente nos tornamos imunes às dores e passamos a viver a felicidade de estarmos vivos.

Ainda tenho sonhos. Ainda tenho sonhos... Sonhos que não querem adormecer. Não querem ficar guardados numa velha e empoeirada caixa sendo comidos pelas traças. Eu também não os quero assim!
Quero meus sonhos vivos. Quero as notas musicais, quero as claves de sol/bemol/sustenido. Sol maior em minha vida. Quero a vida dos meus sonhos.

Mas cada dia que passa cada minuto que salta do relógio me deixa mais longe e mais longe... E você?!... Você apenas me sorri ou ri?! Sorrir para mim ou rir das coisas que falo ou faço?! Não sei... Esqueceu-me no meio das minhas letras, das minhas frases mal formuladas, no meio das brincadeiras que faço para te fazer sorrir [para mim?].
Não... Seu sorriso é apenas um riso que se espalha nos fios da rede enquanto leio as placas de “perigo” e não consigo frear. Diminuir a velocidade seria morrer muito lentamente. Me solto de mim. Entro nas palavras e no sentido de cada uma delas. A verdade e a mentira, o bem e o mal, a luz e a sombra...

E encontro o som do silêncio violado pelo matraquear das teclas/letras que me saltam dos dedos... Apenas deixar os dedos soltos neste “sapateado” sobre o teclado enquanto os meus olhos me levam para dentro do monitor.

Se houvesse uma estrada que me mostrasse a direção a seguir... Se houvesse tempo para ser trocado ou comprado nas casas de cambio poderia existir um lugar chamado felicidade. Mas a invalidade das palavras faz com que o tempo seja vário. Faz com que você seja um momento que não pode ser passado a limpo.

O meu momento e o seu foram de uma grandiosidade tamanha, onde o Universo se reconciliou e eu pensei que pudesse ser feliz dentro da sua coragem de viver o amor.
Pensamentos são descargas elétricas, sinapses de dendritos da cadeia neuronal... Apenas isso. Nada mais.



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Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 17/11/2008
Alterado em 08/08/2009
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