INSENSA[TEZ] A noite chega nos gazes vaporosos Em frêmitos incontidos Da minha pele E na penumbra das coisas sequiosas. Cinco sentidos Na orquestra do meu corpo Ternuras e gemidos Esta ansiedade forte Esta sede secreta no meu peito arfante... Dissimular?! Como se te quero comigo... É por isso que eu tremo Por esta efêmera vida que me devora E por este sol que se põe covarde Nos meus lábios E na inconstância das horas Cala minha voz Enquanto dançam os meus pés nus. Nus... Completamente nus pisando esta estória E percorrendo o teu sorriso Distraído Que vem no fim da festa E prossegue até encontrar Minhas asas abertas A espera do teu corpo E das palavras maliciosas Ditas em meus ouvidos. Sempre os temporais entremeando A monotonia e os bocejos Doces langores Nesta noite de diáfanos desejos Escondidos Entre os meus dedos.