A garça branca sob a pedra Olha as águas do rio. E quanto mais ela olha Mais fascinada fica. E a garça vê a metade da lua Refletida Nas águas do rio E sente seu coração doer de amor. Pensa ser o reflexo da lua Um sorriso do rio Do seu rio... E a garça branca Em completa adoração Se poe a cantar para o seu amado Cantigas de amor E tanto canta e se encanta Que não percebe as mudanças da lua. Uma fase crescente Nova lua surge Redonda de orgulho Debochada, Sempre sorrindo. E o rio nem se da conta da garça Não ouve seu triste cantar. Não tem tempo para nada Que não seja Exibir suas águas... E o tempo faz o tempo E garça de tão triste Adoece. E adoecendo entre narcisos No silencio E sem forças Deixa-se nas águas Do rio Que em seu egoísmo Não ouviu as cantigas de amor.