Quero um poema vivo
Quero letras/línguas
Lambendo a pasmaceira do meio dia/hora inteira
Na memória variante
Que esconde a tua ausência.
Quero devorar a contemplação da tua imagem
Eterna – gravada em mim – partícula que me navega
Onde quer que eu vá...
Sabor da tua saudade [quero] no eco das tuas risadas
E nas palavras entre[cor]tadas
No teu silencio/boca/fome de mim
Tua fome em mim [quero] sempre assim.
Entre a perfídia e a sombra que assombra
Quero mais de você
Mais muito mais que um simples e solene beijo.
Quero teus sonhos - as tuas incertezas
Da tua pureza, a pressa com que me acalma
Quero a lascívia do teu corpo
No fôlego da tarde [catando prazeres]
Nos deslizes da minha língua na tua orelha...
Quero amar o teu amor inóspito
Entre as paredes nuas
E o chão riscado que esconde os olhos
Porque eu te amei bastante/vôo de pássaro aprendiz
Buscando pouso nas tuas mãos...
Eu quero amar um poema vivo
Quero o poema na tua pele
Quero o poema que
Eu escrevi...