A tua fragilidade agonizante Exposta em mil beijos nus Atira-se sobre o leito de pedra Misturando cinza e pó Antes de fazer-te homem diante Da nudez da minha pele que te recebe.
Na palma das minhas mãos Os teus sinais Expostos na argila que te molda Entregam-me o que me foi dado Na casa/templo onde o pão Recoberto de sal Alimentou a tua fome.
Na lascívia das tuas horas Um gotejar de misérias Implode o meu amor Enquanto se aquietam os pequenos gestos Como se fossem estrelas suicidas Vagando num céu bebado de pecados.
Beijo-te a ilusão Que te rasteja feito cobra de mil anéis Procurando amiúde Pelos teus instantes de calor Para que, feito homem você ame E seja amado Em cada palavra que te mantém suspenso Entre céu e terra E o silêncio que cala minha voz.