ENTRE AS CORES A noite é densa e o negrume rasga os meus olhos deixando escorrer um pouco da minha alma. Tem um silencio lá fora enquanto aqui dentro uma tormenta revira as minhas páginas em branco. Há uma porta semi aberta uma boca enviesada um sorriso que não ri [não ri nunca]. E nas paredes as sombras dançam... Dançam criando formas criando sonhos decadentes se antecipando ao próprio tempo. E nem mesmo as asas diafanas dos anjos aqui presentes apagam estas arabescas criações. O tempo, taciturno, angustiado se arrasta, bocejando e ardendo os meus olhos rasgados.