PERJÚRIO
é meu corpo que flutua
são minhas asas insanas
é minha boca morrendo na sua
é eterno perjúrio
é dor que não arrefece
não viaja no escaler da saudade
não se cala, não adormece.
é o inverno tardio
na minha pele de primavera
são as horas suicidas
as mãos vazias
é a noite tecendo filigranas
enfeitando a orla dos meus olhos
consentindo o amor
no meu peito de ternura
e embriaguez.