Em silêncio estendi as mãos para ela e, finalmente pude olhar em seus olhos. Não consegui dizer nada. Nenhuma palavra sequer, mas as palavras nunca foram importantes para nós. Bastava um olhar ou um gesto e expressávamos os nossos sentimentos. Éramos cúmplices em insondáveis momentos de silêncio, como os astronautas que em silêncio contemplam a imensidão infinita. Um dia ela se vestiu de branco e soltou a minha mão, e, de repente eu me senti tão só como se o tempo fosse absoluto e nunca mais nossos olhos se falaram ou os nossos pés caminharam juntos pelo jardim enquanto as nossas mãos colhiam flores...
Imagem: Cattleya
Aquarela sobre papel
Luciah Lopez
Para minha irmã Dulce, a minha saudade