Me desculpe, mas odeio insetos
Amanhã será igual...
A vida segue cheia de inexplicáveis gratidões
Beijos molhados e eqüidistantes, contradições.
Desejos boicotados, protótipos, arquétipos
E reticências... muitas reticências.
São portas que se abrem
Janelas que se fecham
Situações corriqueiras
Um grito. Absurdo!
Ninguém ouve. Ninguém vê.
Cegueira convencional.
O desencontro, o desencanto é natural.
Tudo um vasto engano
Engodo, que lodo!
Desatino na sacristia, rumores no campanário.
Desfez-se o pacto com a lógica
Amor insano, coerência lírica.
E na porta do circo
Gordas mariposas entediadas flanam...
E observam formigas trôpegas
Em pistas exclusivas
Vestidas de arroz com pequi,
Esperando a língua voraz do tamanduá.
Cancelo meus ingressos... Detesto insetos!