Sem Alma
Na solidão do deserto
Clamei!
Revela-me tua alma!
Dá a essência do teu amor, teus óleos,
Ungüentos, embriaga-me na tua linguagem.
Queima-me no fogo da tua existência,
Despe-me dos véus.
Mas para mim, tua porta é fechada.
Sou ser abstrato, apagado na origem.
Envolto em neblina, desenhada nas sombras.
Dá-me puro desprezo, degredo, desdenha-me,
Oferece-me as paredes ásperas do silencio.
Eterno erro de quem ama.
Meu riso apagou-se, céu sem astros.
Referver de dor num recordar
Do que não posso ter.
Arde-me a pele, pois minha alma,
Deixo-a aos teus pés...
Sou vaso quebrado, templo fechado.
Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 01/12/2007
Alterado em 04/12/2007