INERTE
Dos veios e ranhuras da minha pele
O extrato de mirra e os segredos de uma unção divina adoçam
As lágrimas que caem dos meus olhos e logram a saudade
Desta estrela solitária e fria.
Neste ergástulo onde só a sua mão poderá chegar
O meu amor é apenas um sonho, um canto íntimo.
Banhado na luz dos círios
E no resplendor dos ecos da minha alma
Enquanto eu
Inerte
Olho as estrelas e as nebulosas
Fazendo-me carne e amor
Moldada neste tálamo de fios e pétalas de rosas.
Enquanto lá fora
O mormaço do dia deixa impresso na argila
Dos teus olhos
O gozo e a tristeza macerada em lágrimas
E sementes de calêndulas,
Trazendo a certeza de que a lua ainda dorme
No meu lençol.
Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 26/03/2008
Alterado em 02/04/2010