ITUPAVA - UM CAMINHO DE PEDRAS
Ao pisar nas folhas secas caídas na antiga trilha de pedras polidas do Caminho do Itupava é fazer uma viagem no tempo. Este caminho era um dos mais importantes elos entre o litoral do Paraná e o Planalto Central – onde se situa Curitiba. Vencendo rios encachoeirados, desfiladeiros e gargantas ocultas no meio da densa Mata Atlântica, este paraíso verde esconde variedades de bromélias, orquídeas, samambaias e uma infinita variedade da vida animal. O caminho das pedras foi construído pelos Jesuítas usando mão de obra escrava e indígena e segue pelas curvas da Serra do Mar cruzando importantes pontos turísticos como o Santuário do Cadeado, a Estação Véu da Noiva com sua cachoeira homônima e ultrapassa o Rio Nhundiaquara e suas corredeiras.
Em meados de 2007 as prefeituras de Morretes e de Quatro Barras assinaram uma parceria com o programa Pró-Atlântica, as secretarias estaduais de Meio Ambiente, Cultura e Segurança Pública, que potencializou a recuperação do caminho.
Com a revitalização, hoje o caminho dispõe de novas pontes, degraus com corrimão de segurança além de partes com calçamento e placas de sinalização. O trecho de recuperação do Caminho é de aproximadamente 16 quilômetros e para percorrê-los numa caminhada tranqüila descendo a serra seriam necessárias de 7 a 8 horas – incluindo as paradas para descanso e lanches.
A Trilha do Itupava remonta aos tempos primordiais da história da colonização do Paraná. Tropeiros, Jesuítas e desbravadores percorreram estas trilhas sombreadas por Araucárias, Imbaúvas, Manacás da Serra e suas floradas cor de rosa e as incontáveis bromélias. Do início de sua construção [1625] até a inauguração da então Estrada da Graciosa [1873], esta foi à única via de ligação entre o litoral- Morretes – porto de Paranaguá – e as altas terras curitibanas, marcando assim o incremento econômico do estado. Hoje o Caminho do Itupava não tem mais função como via de acesso econômico, porém desponta como importante sítio arqueológico e ponto turístico mantendo o testemunho de um tempo áureo e precioso do patrimônio cultural e natural de um estado que se situa entre os mais belos do Brasil – o estado do Paraná.
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