IMORTAL
Não haverá noite, nem amanhãs...
Somente o ser.
Pisando no barro e
Cuspindo no sonho que lhe sobe pelas encostas,
Conduzindo estrelas e as dores curtidas
Nesta argamassa que lhe reveste os ossos.
A boca que segreda esquinas
Lambe
As feridas cruas,
Agora – um silencio de pedra
No assoalho das catacumbas,
O medo
Onde a lua veleja na lembrança e
Surge solitária e densa
Por detrás das araucárias – gênese sob a cruz.
E o calvário do olhar pentassílabo
Que padece enquanto navego este céu viandante
Da noitidão da alma
Que fecha as asas
Calando os malefícios e soluços
Dos nobres.
Recitando o Salmo e incorporando
O renascer do mundo
Caminho descalça pelo átrio
Desta quimérica Babilônia.