SOLIDÃO


Chora calada
solidão vermelha,
que nada existe além deste rubro
latejar.
Nada sobrevoa a linha do mar
nem uma luz
nem um som
apenas
voce, solidão vermelha
Chora e arrefece o meu silêncio.


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SOMBRE[AR]

A sombra que arrasto presa aos meus pés, as vezes chora...
Um choro sofrido
uma solidão negra
que se esconde no eco das esquinas
e no matraquear das bocas
ainda me mostra
o sombre(ar) de cada palavra
de cada pensamento cuspido no ar.


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PISCAR DE OLHOS...


A íris escaldante revela a parceria da sombra com a escuridão. 
Areias, vento, segredos em garrafas num mar escaldante...
Passos na areia escorrgadia 
revelam, escondem e
somem na ondulação das dunas.
Sopra o vento
um folego seco nos lábios de fogo...
Gênios, djins 
a olhar sobre tudo
quando a volta da lua
traz a dança dos véus adornando

cada pensamento ainda virgem

((Sete véus...))
Bocas paradas
saliva escorrendo
sinos e sinetes
cordas de um só acorde.
Deserto quieto
mudo de emoção
faz música de uma nota só.