Luciah Lopez

Sob o céu, apenas o teu olhar...

Meu Diário
23/08/2008 15h39
A PEDRA
A PEDRA


... no meu peito a pedra transparente  reluz a cor e a dor das horas...
Reflete a folha seca numa espiral sem destino, me mostra um raio de azul / violeta deste céu madruguento.
A pedra no meu peito pulsa
lateja em sístole/diástole com a minha íris ardente...
Esta cadencia de movimentos me embriaga os sentidos.
Há um frio lá fora! Uma fumaça saída de uma chaminé anonima, dança sob o algodão branco do céu... Tudo letargicamente preparado para mais um dia... Mais um bouquet de horas totalmente femininas envolvidas em papel brilhante. Horas divididas. Metade de quem vier primeiro na luz da pedra. Coração de pedra. Pedra lapidada em mil facetas, cores diversas, doces de algodão na língua do tempo.
...no meu peito, a pedra está vermelha!

Publicado por Luciah Lopez em 23/08/2008 às 15h39
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19/08/2008 18h29
VOCÊ E EU...


VOCÊ E EU...


Despertar e não ter você ao meu lado,
não é acordar,
é abrir os olhos. Ver o muro alto coberto de heras e o sol
trazendo luz para o dia.
Cadê você felicidade?! Onde se escondeu?!
Em que esquina você se perdeu de mim?...
Vem... ainda sinto você. Ainda tem o gosto da tua boca na minha boca.
Ainda os teus cabelos molhados, grudados no meu corpo... Ainda as tuas mãos, a tua risada, o teu olhar me passeando a alma...
Sinto você agora, amor.
Estás em mim agora... Estamos ligados, nestes fios de luz
que me deixa perto de você
e voce, dentro de mim.
Te vejo agora, amor, ouço o teu respirar... Te espero, te olho enquanto você trabalha...
Te respiro, meu amor, te respiro...


Publicado por Luciah Lopez em 19/08/2008 às 18h29
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16/08/2008 20h58
A REALIDADE DE CADA UM

Tudo se perde entre um dedilhar e outro.

A pressa,

A falsa verdade,

A estória que se estende

Não prende e nem atende.

Só interrompe

A delicadeza sem precedentes

Que se deita entre teclas negras

De um matraquear sem fim

Deste componidor

Pós moderno

 

 

 


Publicado por Luciah Lopez em 16/08/2008 às 20h58
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15/08/2008 17h42
EU ACEITO...

Ela chega de cabeça baixa... Envergonhada contém um soluço e a vontade de gritar! 
Calada, segue o policial que a salvou das garras do mostro e que a deixa exposta, despida de sua integridade.
Todos os olhares são para ela.  O sangue que escorre  pingando no ladrilho frio também é dela...
Ninguém sabe seu nome... a sua história, sua vida.
Diante da porta aberta, ela sente a vida se esvaindo... que gosto tem a vida?! E esse cheiro de perfume, de onde vem?! Estes corredores brancos apinhados, rostos magros, encavados, bocas sem dentes, olhos em névoa... 
Os passsos dela são tímidos.  Quase de menina. Segue de cabeça baixa. Olhos fixos nos sapatos caros à sua frente. Queria ter sapatos assim. Queria ter uma vida assim, branca e perfumada. Vida de anjo em corredor de ladrilhos brancos. 
O raio x... sente medo! Apenas um click e nada mais...
Os ossos brancos quebrados. A dor e o gosto do sangue adocicado e a imagem de Cristo na cruz. Um altar, uma prece, alianças, "eu aceito"...
Não sabia que a dor viria junto... Não quer mais a dor. Olha para as mãos. Os calos, a unhas quebradas de esfregar o chão. A aliança fina, riscada e amassada. Sinal do compromisso de amor e dor. Assina um papel, depois outro, devolve a caneta com as mãos trêmulas. O homem de branco olha em seus olhos e por um isntante ela se sente vazia.  Deixa a sala e quando ganha a rua, o ar frio lhe traz cor as faces pálidas... Esfregas as mãos, percebe a aliança, joga fora... Não é ouro, não dá para por no prego!

 


Publicado por Luciah Lopez em 15/08/2008 às 17h42
 
12/08/2008 19h05
ACASOS

Há um vazio em cada esquina. Portas fechadas, rostos nas janelas... Olhares enviesados.  Ecos das risadas de ontem.


O gato se acomoda e sonha. A menina olha o futuro na tela da tv. Alguém tricota um cachecol. Um tiro na noite! Um grito!...


E o futuro se adianta... Não espera e não gera, apenas passa por nós arrastando seus felpudos chinelos de quarto...


Publicado por Luciah Lopez em 12/08/2008 às 19h05
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